Nossa vida
A atual geração de monges procura ser fiel à herança recebida numa vida que tenta manter o equilíbrio do horário beneditino (oração, trabalho e leitura) e a tradição cisterciense do trabalho manual. Os trabalhos da casa são os mais diversos, tanto manuais como outros de natureza mais intelectual. O trabalho monástico não deve ser apenas ocupação mas real empenho dos que desejam contribuir para o sustenta da comunidade, sendo assim uma exigência da pobreza. Tanto quanto possível, deve estar unido à oração pessoal, já que existem estados de oração compatíveis com as diversas atividades exercidas. Para os cistercienses, a relativa monotonia do trabalho manual sempre foi valorizada como ocasião favorável para viver a presença de Deus na oração.
"Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto, e não às da terra, porque estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Colossenses, 3
A consagração do monge ao serviço e ao louvor de Deus no interior do mosteiro é o principal contributo que presta à Igreja, conforme ensinou o Concílio Vaticano II. Faz parte desse serviço, de forma eminente, a celebração diária da Eucaristia e do Ofício Divino, que reúne toda a comunidade sete várias vezes por dia na igreja do mosteiro, em celebrações sempre abertas a todos.
Mas a vida de oração do monge não se esgota nas celebrações litúrgicas. A oração pessoal prepara para o Ofício Divino e dele recebe o seu vigor, de tal forma que não há oposição, mas complementação.
"O sangue de Cristo requer de nós a obediência até a morte, porque Cristo sofreu por nós, dando-nos o exemplo para seguirmos os seus passos, isto é, até a morte, e morte com Ele. Exige de nós morte por morte, o mesmo que nos livrou da morte! Ó imensa maravilha! A morte nos livra da morte, e nos obriga a morrer! Contraímos uma dívida de morte, porque mossa dívida de morte foi sanada. Por um novo motivo, temos uma dívida de morte, depois da antiga culpa, se queres, mas também uma nova graça."
Balduíno de Ford
Muito importante é o desejo de uma autêntica comunhão fraterna, com o sincero desejo de partilha e a divisão dos trabalhos e responsabilidades, num clima de simplicidade, silêncio e oração que favorece a tarefa fundamental do monge, a busca de Deus. De fato, para São Bento, esta busca não é apenas um esforço individual, mas os monges caminham juntos, solidários uns com os outros, na mesma procura e no mesmo desejo de Deus.
Horário monástico
Despertar
3:30
Vigílias
3:45
Oração pessoal
após as Vigílias
Laudes *
5:00
Lectio divina
após as Laudes
Santa Missa *
7:00
Capítulo*, Café
após a Missa
Terça - trabalho
por volta de 8:15
Fim do trabalho
11:45
Sexta - almoço
12:00
Descanso
.
Noa* - trabalho
14:00
Fim do trabalho - estudo - oração pessoal
16:30
Vésperas* - jantar
18:15
Colações - Completas*
19:15
* Aos domingos e dias santos, as Laudes são celebradas às 05:15, e a Santa Missa às 08:30. A Noa é celebrada por volta das 15:00, as Vésperas, seguidas da benção do Ss. Sacramento, às 17:45 e as Completas às 20:00.
As Vésperas, cotidianamente, e as Laudes dos domingos e dias festivos são cantadas em latim. Nos domingos e solenidades, também as Horas menores e as Completas são cantadas em latim. Quanto à Santa Missa, é celebrada todos os dias com canto gregoriano, e nos domingos e outros dias festivos, tem alguns elementos em latim. Nas quintas-feiras, entretanto, toda a liturgia eucarística é celebrada em latim.
"Exaltai ao Senhor, diz a Escritura, enquanto podeis: nunca é demasiado! Rica matéria, doce ocupação! Que há de mais doce, que há de mais agradável que esta ocupação que por si só representa aqui embaixo a imagem da sorte dos anjos e da vida futura? É bom, diz o salmista, louvar ao Senhor, e cantar o vosso nome, ó Altíssimo."